A segunda cidade a visitarmos na Etiópia foi Lalibela. A cidade fica no norte da Etiópia, na região de Amhara e possui uma população de cerca de 14 mil habitantes.
Lalibela é famosa pelas suas 11 igrejas monolíticas, ou seja, construídas em uma só pedra. As igrejas foram todas construídas na rocha viva, escavadas de cima para baixo nas montanhas da cidade. As igrejas escavadas foram declaradas Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1971.

A construção das igrejas foi ordem do rei Lalibela, no século XII. A intenção do rei era recriar uma Jerusalém na Etiópia, então as igrejas foram construídas em dois grupos: um representando a Jerusalém terrena e o outro a Jerusalém celestial. Entre os dois grupos de igrejas, uma vala representa o rio Jordão.
À época da construção das igrejas, era tradição que os cristão fossem à Jerusalém pelo menos uma vez na vida. Porém, com a ocupação árabe da cidade, a peregrinação dos cristão europeus voltou-se para Roma e a dos cristão etíopes, para Lalibela.
Na nossa visita rápida à Etópia, passamos apenas um dia em Lalibela, mas foi um dia incrível. Começando pelo visual na chegada tanto ao aeroporto quanto ao hotel: a cidade é toda rodeada de montanhas e a paisagem é de tirar o fôlego.

Ficamos hospedadas no hotel Mountain View, com quartos com varanda e uma vista que fica difícil descrever, só imagens podem mostrar:

Ao chegar, depois de algum tempo curtindo o visual do hotel, começamos nosso tour pela cidade e pelas igrejas. Para começar, a cidade é tão pequenininha e simples que a impressão é de que voltamos aos tempos bíblicos: pastores andando pelas ruas com burrinhos, pessoas com roupas típicas, religiosos, tudo junto.
Para visitar todas as igrejas, é preciso ter ânimo, fôlego e um mínimo de condicionamento físico. Como são todas escavadas nas montanhas, o acesso é complicado, os caminhos para as entradas são estreitos. Tivemos que passar por fendas apertadas nas pedras, entrar e sair de buracos, subir e descer escadas estreitas e irregulares. Sem contar o tal de tira sapato e coloca sapato, já que não podemos entrar nas igrejas calçadas. Foi uma aventura!!!
Mas, sabendo que o tour é “puxado”, não recomendo para pessoas que tenham problemas de locomoção e pouca resistência. Minha mãe, por exemplo, não conseguiria fazer esse passeio.

Na nossa caminhada, nosso guia nos explicou igreja por igreja, como foi o processo de construção de cada, o significado das pinturas dentro delas, nos contava histórias e curiosidades sobre cada uma.

- Bete Giyorgis (Igreja de São Jorge)
É a igreja mais famosa entre as 11. Foi escavada, como já comentei, em uma única rocha e foi uma das últimas a serem construídas.
A estrutura da igreja foi idealizada como a Arca de Noé: a parte de baixo tem as janelas tampadas, porque fica abaixo do nível da água… No outro canto eles deixaram parte da montanha quase tocando a igreja para simbolizar o Monte Ararat, onde a Arca “encalhou”.

Depois do dia todo andando e visitando igrejas, decidimos ver o pôr-do-sol, tomar uma cerveja e jantar no nosso hotel, para podermos aproveitar a vista maravilhosa e a experiência única de estar em Lalibela.
De Lalibela partimos para Gondar, a cidade cheia de castelos. Conto mais sobre ela no próximo post!