Nossa primeira parada, durante a viagem em 2013, foi Adis Abeba.
Chegamos bem cedinho e passamos no hotel apenas para fazer check-in e lavar o rosto antes de sairmos com nosso guia para explorar a cidade.
A empresa de turismo nos deu opções de diferentes hotéis em cada cidade, e podemos escolher de acordo com nosso perfil e interesse. Em Adis, escolhemos o Dream Liner Hotel (http://www.dreamlinerhotel.com/), muito confortável e bem localizado. Além disso, conseguimos tomar um café da manhã praticamente de madrugada antes do nosso check-out, o que contou muito para nossa avaliação final do hotel.
Durante nosso único dia em Adis Abeba, nosso guia nos levou em vários locais interessantes e que indico para quem tem pouco tempo na cidade:
Museu Nacional da Etiópia
O passeio por Adis já começa super interessante, com uma visita ao Museu Nacional, que abriga as maiores preciosidades artísticas e arqueológicas da Etiópia. Essa é, para mim, a parada obrigatória!
O museu conta com quatro partes diferentes de exibição. O primeiro andar é dedicado aos períodos antigo e medieval e o segundo e o terceiro andares contam com exposições, em ordem cronológica, de objetos de arte e artesanato que refletem toda a riqueza cultural do país.
Mas a parte mais interessante do museu é o subsolo. É lá que encontramos, na minha opinião, as maiores riquezas do museu. Essas riquezas têm nome: Lucy e Selam.
Lucy, ou “Dinkinesh” (“você é maravilhosa”, em amárico), é um fóssil de hominídeo Australopithecus afarensis de 3.2 milhões de anos. Esse fóssil foi descoberto em 1974 no Deserto de Afar, na Etiópia. Os arqueólogos, à época, conseguiram recuperar 40% do esqueleto do hominídeo, o que é um feito surpreendente na antropologia. Lucy foi batizada assim porque a “trilha sonora” do acampamento, à época da sua descoberta, era “Lucy in the sky with diamonds”, dos Beatles (e, claro, por terem descoberto se tratar de um fóssil de mulher).

O fóssil está em exposição no museu, além da reconstituição do que seria todo o seu esqueleto e possível feição.
Já Selam (“paz”, em amárico), quando foi descoberta, era chamada de “bebê da Lucy”, por se tratar de um fóssil de uma criança de três anos. Sua descoberta aconteceu já nos anos 2000, em Dikika, local muito próximo a Afar. Depois da descoberta, verificou-se que Selam é um fóssil também de Australopithecus afarensis e também feminino… mas de 3.3 milhões de anos! Isso a torna aproximadamente 120.000 anos mais antiga que Lucy!
Catedral da Santíssima Trindade
A catedral foi construída em 1941 e é belamente ornamentada com esculturas, mosaicos e pinturas. A fachada da igreja é maravilhosa e vale a pena passar algum tempo por ali observando os detalhes e tirando várias fotos.
Monte Entoto
O Monte Entoto é o ponto mais alto da cadeia de montanhas Entoto. Do alto dos seus 3.200 metros, temos uma lindíssima vista de toda Adis Abeba.

O Imperador Menelik II, fundador de Adis Ababa, viveu e construiu seu palácio nesse monte. O palácio é, hoje, um museu onde está exposta uma coleção de itens reais e objetos que pertenceram ao imperador.
Além do palácio, também podemos visitar a Igreja de St. Mary, que é muito bonita, toda coloridinha por fora. Na igreja, o que mais me interessou foi observar as pessoas que estavam fazendo suas orações.
Addis Merkato
Terminamos nosso dia de descobertas no Merkato: o maior mercado a céu aberto da África. Estima-se que aproximadamente 13.000 pessoas trabalham no mercado, em 7.100 entidades. Os produtos a venda no Merkato são, na sua maioria, produtos agrícolas de produtores locais. O carro-chefe do mercado é, obviamente, o café.
E lá paramos para, claro, tomar um cafezinho. A Etiópia é o berço do café. Registros indicam que a primeira vez que o produto foi consumido como alimento foi pela tribo etíope Oromos, que cozinhava os grãos e comiam como uma espécie de petisco.
Até hoje, o café etíope é considerado um dos melhores do mundo e, até para quem não aprecia muito a bebida, precisa ser experimentado nessa visita.
E onde comer?
Em meio a toda essa andança, é preciso tirar um tempinho para comer e recarregar as energias.
Na nossa visita, almoçamos em um restaurante ao lado do Museu Nacional, chamado Lucy Lounge & Restaurant. O restaurante é uma gracinha, com mesas ao ar livre e um visual super bonitinho.
Quando chegamos, achamos que devia ser caro, já que parecia ser super turístico e bem ao lado do museu. Mas nos enganamos: os preços eram ótimos e a comida uma delícia. Recomendadíssimo!
Se tiver tempo e quiser experimentar uma comida local maravilhosa e incrivelmente barata, sugiro o restaurante Yod Abyssinia Traditional Restaurant, perto do aeroporto. Sobre a comida tradicional etíope, vou dedicar um post a ela, porque amo a culinária etíope e acho que vale a pena falar só dela.

E é isso! Espero que gostem de Adis Abeba!
No próximo post contarei um pouco sobre Lalibela e suas igrejas escavadas na terra!